Transcrevo aqui uma passagem linda de um dos livros do DeRose, que fiz questão de ler para a minha filhinha enquanto mamava e adormecia.
Extraído do livro Eu me lembro... (DeRose, Nobel).
Quando o sol se punha, todos parávamos o que estivésemos fazendo e ficávamos em pequenos agrupamentos observando o crepúsculo. As famílias se reuniam, as criacas se encarapitavam nos ombros dos mais velhos ou no colo dos pais. Os casais se acolhiam e se acariciavam.Essa era a hora de fazer as pazes, se alguém ainda estava ressentido com alguma coisa; era também a hora de recitar poesias, quase sempre compostas de improviso, ali mesmo. Sempre foi muito fácil para o nosso povo compor poemas de amor, ao pôr do sol, pois os rostos ficavam docemente iluminados pelo alaranjado do sol poente. Não tínhamos noção do que era aquele disco luminoso no céu, mas sabíamos que era lindo e que devíamos a ele a nossa vida, a luz que nos iluminava, o calor que nos aquecia no inverno. Não imaginávamos que fosse alguma divindade, e sim um fenômeno natural como o raio, o trovão ou a chuva, e o reverenciávamos com grande respeito e afeto.
Tenha uma otima semana...
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