A III Guerra Mundial
Fernando Sena Esteves
Para se classificar uma guerra como mundial pode considerar-se o número de países que nela participam.
O nome alternativo de “Grande Guerra” talvez se use por causa do enorme número de mortos que elas causam. Este número varia muito com as fontes que os citam, mas parece haver um certo consenso para 20 milhões na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e 70 milhões na Segunda (1939-1945). A simples dimensão destes números basta para avaliar do horror que constituíram estas duas guerras do Séc. XX. E no entanto, foi no mesmo século XX que cresceu de modo espantoso uma guerra mundial que ainda está em curso, e que já causou mais vítimas que as duas grandes guerras juntas: o aborto. Só nos 7 anos do Séc XXI se mataram no ventre de suas mães mais de 300 milhões de seres humanos.
Não pouca gente esperava que do Vaticano II saísse a condenação formal de muitos erros que grassavam pelo mundo, os célebres anátemas com que terminavam, noutros concílios, muitas declarações condenatórias. Tal não aconteceu, pois não houve anátemas. Mas o Concílio não hesitou em classificar o aborto como “crime abominável”. Na verdade, se se considerar que no aborto voluntário se mata premeditadamente um ser humano, inocente, e com o consentimento da própria mãe, não é possível encontrar acto mais lesivo da humanidade e daí a justa consideração do Concílio.
Não deixa de ser curioso como ainda há pouco na ONU se procurava obter um consenso, se não para a abolição da pena de morte, ao menos para uma moratória que suspendesse a execução dessas sentenças. E como fracassou a iniciativa de países árabes (imagine-se!) para dar à vida dos inocentes não nascidos a mesma protecção que se pretendia para a dos criminosos. Esta situação decorre em grande parte por as pessoas não terem bem a noção do que representa o aborto, desde a morte do filho à devastadora situação da mãe que aborta, tremendas realidades que se conseguem esconder, por exemplo, por parte dos meios de comunicação.
O mundo tremeu de horror pelo ataque ao World Trade Center com as 3000 vítimas que causou mas não se importa com as 3000 vítimas do aborto nos EUA por dia. Ou pelas 200 mortes no ataque terrorista de Madrid que ninguém esquece e as 200 vítimas diárias que o aborto mata em Espanha e a que ninguém liga. O dia dos Santos Inocentes, massacrados por ordem de Herodes, “o tal das tranças que não gostava de crianças”, como dizia Miguel Torga, celebra-se três dias depois do Natal: é boa altura para a gente se lembrar desta realidade e de pensar que é possível repor as coisas como deve ser, como aconteceu na Nicarágua, onde a lei deixou de consentir no aborto. E atenção, que a IV Guerra Mundial já começou. Mas fica para depois.
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